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" O poder das palavras é ainda maior quando estas são ocultas.seu momento de serenidade é um momento de mudanças .sua revelação não é uma obra terminada .é apenas a construçaõ."

Ivy Lioncourt

domingo, 3 de julho de 2011

IGOR STRAVINSKY

Igor Stravinsky

Obra de russo seduz até Disney

Colaboração para a Folha Online

Em nome da música, ele contrariou a vontade da família, que desejava vê-lo advogado. Igor Fiodorovitch Stravinsky nunca dera mesmo muita atenção à faculdade de Direito, dedicando a maior parte de seu tempo a compor e estudar partituras. O pai, Fiodor Stravinsky, cantor da ópera imperial, nem poderia se queixar muito. Afinal, foi ele quem passou ao filho o gosto pela arte. Mas não poderia imaginar que ele viria a se transformar em um dos maiores compositores do século XX.

Stravinsky nasceu em Oraniembaum, uma pequena cidade russa localizada perto de São Petersburgo, em 17 de junho de 1882. Enquanto se preparava para a carreira da advocacia, conheceu o compositor Rimsky-Korsakov, que o incentivou a seguir sua vocação artística. Korsakov percebeu estar diante de uma promessa e passou a dar aulas particulares de piano e harmonia a Stravinsky.

Como a maioria dos músicos no início do século 20, Stravinsky decide viver na França, onde conquista amigos importantes como Claude Debussy e Sergei Diaghilev. Este último o convida a compor obras especiais para sua companhia, os Ballets Russes.

Em 1906, Stravinsky casa-se com Catherine Nossenko. O casal tem quatro filhos, Theodore, Ludmila, Soulima e Milena.

Em 1910, o compositor conclui a música para o balé O Pássaro de Fogo. Encenado pela primeira vez em Paris, o espetáculo oferecia uma orquestração rica em imagens e sons. Obteve sucesso absoluto, proporcionando a Stravinsky o início da fama.

A partir daí, outras obras para balé lhe seriam solicitadas. Em menos de um ano, mais uma vitória. Dessa vez, com Petrouchka, interpretada por Nijinsky. Mas foi com a célebre A sagração da primavera (1913) que seu nome entraria mesmo para a história da música universal.

Quando a Primeira Guerra Mundial estoura, Stravinsky teme pela sorte da família e muda-se para a Suíça. Nesta fase, compõe obras que seguem a tradição clássica e aproveita para mostrar suas aptidões como regente e pianista nos eventos sociais dos Alpes.

Ao final dos combates, a família Stravinsky tenta retornar à terra natal. Mas, a essa altura, com a eclosão da Revolução Russa, haviam se tornado exilados políticos. Decidem então voltar à França, centro das atividades artísticas européias. Em busca de uma renovação espiritual, Stravinsky é estimulado a escrever obras sacras e litúrgicas, como a conhecida Sinfonia dos salmos.

Na década de 30, em menos de dois anos, Stravinsky perde a filha mais nova e a esposa, ambas vítimas de tuberculose. Pouco tempo depois, a mãe também morre. Desgostoso com tantas perdas, busca novos ares. O início da Segunda Grande Guerra será a gota d´água. Stravinsky deixa a Europa para trás e vai morar nos Estados Unidos.

Nesta época, casa-se com Vera Sudeikina, sua amante há vários anos. Desembarca na América em setembro de 1939, conquistando rapidamente um lugar ao sol. Compra uma casa em Hollywood e se torna o compositor favorito de algumas influentes personalidades norte-americanas, a exemplo de Walt Disney, que usou A sagração da primavera no filme Fantasia.

Stravinsky recebeu a cidadania americana em 1945. Em 1963, resolveu visitar sua pátria, quase meio século após sua última estada por lá. Foi recebido com carinho pelos fãs e homenageado pelo governo soviético. Apesar da saúde já bastante debilitada, continuou trabalhando até os 80 anos, vindo a falecer no dia 6 de abril de 1971, em Nova York.
Igor Stravinsky

Curiosidades

Colaboração para a Folha Online

Tumulto

O tema extremamente forte do balé A sagração da primavera retrata rituais cruéis de um sacrifício pagão. A rítmica agressiva da música e as mudanças bruscas de compasso e harmonia chocaram a platéia na época em que foi encenada pela primeira vez em 1913. Houve vaias e aplausos, uma mistura de emoções tomou conta do teatro. O barulho era tanto que o coreógrafo Nijinski foi obrigado a gritar a contagem dos passos já que seus bailarinos não conseguiam escutar a orquestra.

Uma tremenda polêmica foi criada em torno da peça. Para os conservadores Stravinsky se tornara um monstro; em compensação, para os vanguardistas, um verdadeiro herói.

Madrinha real

Na década de 20, Stravinsky era considerado uma das personalidades mais queridas pelo povo francês. Dessa forma conquistou o respeito e a ajuda da Princesa de Polignac, mais famosa mecenas da França.

Seu patrocínio proporcionou a montagem de diversos espetáculos e divulgação de seu trabalho em vários países do mundo.

Prevendo o futuro

Claude Debussy chegou a ser um grande amigo de Stravinsky. Não só na vida pessoal mas também no trabalho houve perfeita sintonia entre os dois. Prevendo esta cumplicidade, Rimsky-Korsakov chegou a dizer ao aluno quando esteve pela primeira vez na França: "Melhor não ouvir sua música, ou você realmente irá gostar".

Picadeiro

Seu primeiro sucesso em solo americano foi a peça Cirkus polka (1942), feita especialmente para a apresentação de elefantes em espetáculos circenses.

Sonho realizado

O balé Pulcinella (1920) foi no íntimo o trabalho mais gratificante para Stravinsky. A obra que havia sido encomendada pelo amigo Diaghilev, contou com o cenário pintado inteiramente por Pablo Picasso, por quem o músico expressava intensa admiração.

Obras

Colaboração para a Folha Online

Obras principais:
Obras para balé ( piano e orquestra): O Pássaro de Fogo (1910)
Petrouchka (1911)
A Sagração da Primavera (1913)
Pulcinella (1920)

Sinfonias:
Rag Time (1918)
Édipo Rei (1927)
Sinfonia dos Salmos (1930)
Sinfonia em dó maior (1940)
Sinfonia em três movimentos (1945)

Óperas:
O Rouxinol (1914)
A História do Soldado (1918)
Maura (1921)
As núpcias (1923)
O Beijo da Fada (1928)
Orfeu (1947)

Canto sacro:
São Marcos (1956)
Threni (1959)
Um sermão, uma narrativa e uma prece (1961)

Obras literárias:
Crônica de minha vida (1935)
Poesia musical (1946)

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